O manual da segurança de dados na AWS e as responsabilidades compartilhadas

Sempre que você tem uma infraestrutura e precisa migrá-la para nuvem surge um questionamento: será que esse procedimento é seguro para o meu banco de dados? Será que as informações da minha empresa estão protegidas em um ambiente totalmente digital? Quão confiável pode ser uma estrutura em nuvem? 

A segurança do banco de dados na nuvem pode ser muito parecida com a segurança dos datacenters locais, mas com menor custo de manutenção. Em um ambiente digital você usa ferramentas que protegem o fluxo de informação da sua empresa. É o caso da AWS (Amazon Web Services), uma das infraestruturas mais seguras do mundo, onde você pode criptografar, mover e gerenciar dados com confiabilidade. 

Segurança na nuvem e porque você deve se preocupar com isso 

A segurança da computação na nuvem oferece as mesmas funcionalidades do modo “tradicional”. Isso quer dizer que todas as informações essenciais estão protegidas contra vazamentos, roubos ou possíveis exclusões. Basicamente, a segurança na nuvem não vai alterar seu modo de gerenciamento atual, mas vai fazer com que a prevenção, detecção e correção de falhas seja feita de uma forma muito mais ágil. 

Além disso, o serviço de armazenamento de dados necessita de requisitos de conformidade, principalmente em informações de saúde ou bancárias, por exemplo. Por isso, muitos serviços oferecem relatórios de auditoria, elaborados por terceiros, para atestar a eficiência do processo interno no gerenciamento de dados. 

Cada vez mais é preciso ter controle e confiança para exercer um trabalho de retenção de banco de dados. Para isso é necessário ter de uma rede que proteja informações, identidades e aplicações, além de atender a requisitos de proteção e confidencialidades de dados. Afinal de contas, uma nova lei de proteção de dados vem aí e, mais do que nunca, é preciso ser extremamente cuidadoso com seu banco. 

No Amazon Web Services é possível automatizar tarefas de segurança de forma manual, pagando apenas pelo que for usado pela sua empresa. O serviço tem ofertas tão seguras para cargas secretas de trabalho que empresas como a Netflix, o Slack e até o governo americano trabalham na nuvem da AWS. E acredite, do menor ao maior negócio, a segurança e credibilidade continuam iguais. 

Mas como isso funciona na prática? 

A AWS foi projetada para ser um dos serviços de cloud computing mais seguros disponíveis no mundo. Uma infraestrutura criada para satisfazer um alto rigor de segurança, com requisitos para atender organizações com informações altamente confidenciais como bancos globais e serviços militares. Segundo a própria plataforma, a AWS conta com 90 normas de segurança e certificações de conformidade e todos seus serviços de armazenamento de dados oferecem criptografia.

Independentemente do serviço contratado dentro da AWS, suas cargas de trabalho são protegidas com uma série de níveis de proteção que são básicos da plataforma. Isso garante a confiabilidade do processo. 

Proteção de dados e da infraestrutura

A AWS protege seus dados, contas e cargas de trabalho de acessos não autorizados. A plataforma fornece criptografia para os 117 tipos de armazenamento e também gerenciamento de chaves e detecção de ameaças. 

Além disso, a plataforma ainda protege sua infraestrutura com regras que você mesmo cria, possibilitando o bloqueio de padrões comuns de ataque. Isso tudo porque faz um monitoramento contínuo das atividades na rede. 

AWS IAM

O Identity and Access Management permite que você gerencie as identidades e permissões de acesso a nuvem. Você configura e habilita seus usuários através de um token físico ou virtual, tudo na forma ideal para que você gerencie o mais rápido sua forma de trabalho. 

Testes de penetração 

A AWS permite em sua plataforma avaliações de segurança e testes de penetração em sua infraestrutura. Alguns testes não são permitidos e precisam ser informados com antecedência para a AWS, como ataques de negação de serviço, por exemplo. Se qualquer tipo de desalinhamento ou problema de segurança for detectado, é necessário entrar em contato imediatamente com a AWS Security.

E o que são as responsabilidades compartilhadas? 

Independentemente da atuação no mercado, toda empresa se preocupa com a segurança dos seus dados. Por este motivo, a AWS oferece controle e propriedade sobre os dados através de uma ferramenta avançada que permite gerenciar permissões, acessos, armazenamentos e mais diversos recursos do sistema. Tudo para que nada seja acessado sem a devida autorização. 

As responsabilidades compartilhadas são um ponto crucial dentro da segurança na AWS. Da mesma forma com que a AWS trata e protege os dados, também é necessário que o cliente tenha certos cuidados. Segundo a plataforma, a AWS é responsável pela segurança “da nuvem” e o cliente pela segurança “na nuvem”. Basicamente, a AWS se responsabiliza por proteger a infraestrutura que executa os serviços oferecidos: hardware, software, redes e instalações. 

As responsabilidades do cliente são com relação ao sistema operacional de visitantes, de toda a parte de criptografia e transferência de dados, tanto dados em repouso quanto dados em trânsito. O cliente determina onde o conteúdo será armazenado, o tipo de armazenamento e a região. A AWS dá todo o suporte e chaves de criptografia para que ele consiga operar sua responsabilidade da forma mais correta e eficiente possível. Tudo muito bem configurável. 

A responsabilidade do cliente é definida pelos serviços contratados e selecionados por ele na nuvem. Isso determina a quantidade de operações que ele deverá executar como suas responsabilidades de segurança. Alguns serviços, inclusive, exigem que o cliente tenha total liberdade para fazer configurações e gerenciamentos de segurança. 

A computação em nuvem permite que você inove e transforme totalmente a área de tecnologia do seu negócio. Com a certeza da segurança do seu banco de dados é muito mais fácil poder pensar a escalabilidade da sua empresa. Isso fica muito mais simples com um serviço que monitora 24 horas por dia, 7 dias na semana e ajuda a proteger a confidencialidade, integridade e a disponibilidade de dados.

Facilitar a forma de trabalho das empresas é apenas um dos nossos objetivos. Quer saber mais? Fale com a Viceri. Nós temos um time completo, certificado em AWS e pronto para ajudar você a fazer o seu negócio crescer. 

Como funciona a migração de banco para AWS em empresas de médio porte?

Uma empresa de médio porte enfrenta desafios como uma gigante. Isso acontece diariamente e todo gestor é bem ciente disto. Mas muito além de todos estes desafios, ainda é preciso se preocupar com a segurança da sua base de dados. Arquitetar, proteger, migrar entre outras coisas, são necessidades que poderiam ser mais práticas se seu banco estivesse na nuvem. Isto daria mais tempo para  você se ocupar com o crescimento dos negócios.

As necessidades de uma empresa se transformam com o tempo e, por este motivo, a forma como trabalhamos também precisa mudar. Fazer a migração  do banco de dados para um serviço de nuvem gerenciado é uma vantagem para que você tenha um controle maior sobre as escalabilidade dos seus dados. E neste sentido, a AWS (Amazon Web Services) oferece o AWS Database Migration Service, um serviço disponibilizado pela Amazon para migrar os dados, tabelas e chaves primárias para a nuvem.

Como este tipo de migração acontece

O AWS Database Migration Service faz a migração do banco de dados para a AWS de um jeito muito rápido e em segurança. O banco de dados de origem pode permanecer operacional durante o processo, dependendo do tipo de migração que será feita. O AWS Database Migration Service viabiliza migrações homogêneas, onde o banco de dados de origem e destino são totalmente compatíveis. Viabiliza também migrações heterogêneas, onde o sistema gerenciador de banco de dados de origem e destino são diferentes.  

Sem complicações e com baixo custo

O AWS Database Migration é muito simples de usar. Você não precisa instalar um driver ou aplicativo e praticamente não são exigidas mudanças no banco de dados de origem. A migração do banco de dados pode ser feita em poucos cliques no Console de Gerenciamento da AWS. A complexidade do processo fica por conta do DMS, que replica automaticamente qualquer alteração que ocorra nos bancos de origem durante o processo. 

Também é possível configurar uma tarefa de migração, ou seja, os parâmetros que o serviço irá utilizar para executar o trabalho. Tudo isso em poucos minutos dentro do AWS Database Migration Service. É possível fazer configurações de conexões com bancos de dados de origem e destino e também a escolha da instância de replicação usada para executar o processo de migração. Depois, a mesma tarefa pode ser usada para teste antes que o trabalho seja de fato executado. 

O outro ponto positivo é que o AWS Database Migration Service tem um custo baixo. Você paga pelos recursos computacionais usados no processo de migração e por armazenamentos adicionais de log. Seja qual for o tipo de migração, é um grande contraste com a maioria dos métodos que geralmente são muito caros.

Compatibilidade 

No AWS Database Migration Service é possível fazer a migração da maioria dos bancos de dados comerciais e de código aberto utilizados. Elas podem ocorrer de bancos de dados locais para o Amazon RDS ou o Amazon EC2, bancos em execução no EC2 para o RDS, vice-versa, ou de um banco do RDS para outro RDS. Ele também permite migrar dados entre SQL, NoSQL e destinos baseados em textos.

Bancos RDS

O RDS (Relational Database Server) é um serviço que oferece uma abstração para um determinado banco de dados suportado (MySQL e PostgreSQL, por exemplo) com objetivo de facilitar o gerenciamento de bancos de dados relacionais na nuvem, tornando mais fácil a escalabilidade e backup desse recurso. 

RDS é um serviço para banco de dados relacional que serve apenas para isso. Se difere por ser autogerenciável. Você não tem acesso a máquina de modo geral, só ao banco de dados. 

Bancos EC2

O EC2 é um serviço da Amazon com o objetivo de oferecer instâncias computacionais (máquinas) escaláveis sob demanda, que podem ser utilizadas para fins mais gerais. Nesse serviço, é possível utilizar essas instâncias para hospedar uma aplicação web ou até mesmo um banco de dados. Lá você tem acesso ao sistema operacional convidado, com liberdade para usá-lo por completo, configurar firewall, instalar aplicações, entre outras coisas. É como se fosse um computador pessoal, mas hospedado na nuvem. 

Por que fazer a migração do meu banco de dados? 

Existe uma série de vantagens de migrar um banco de dados para a nuvem. Desde as vantagens financeiras e a diminuição de gastos, passando pelos processos diários de trabalho que são facilitados, e chegando até às questões jurídicas com a adequação da sua empresa com a nova LGPD.

◼️ Leia também: Tudo o que você precisa saber sobre a proteção de dados na sua empresa

Vantagens econômicas e de processos de trabalho

Com a migração do banco de dados para nuvem você terá um controle maior da escalabilidade. Por exemplo, vamos supor que sua equipe dimensionou um computador para o banco de dados existente. No entanto, você tem uma previsão de duplicar seu banco no próximo ano. Você irá comprar um servidor maior, pois está com a ideia de que no próximo ano precisará do dobro de tamanho. Então acontece um superdimensionamento, e enquanto você não usa metade da disponibilidade do servidor, a sua máquina se desvaloriza,  tempo passa e ela fica ultrapassada. 

Ao contrário da nuvem. Com a migração do banco de dados para a nuvem você pode começar com um dimensionamento mais conservador e aumentar de acordo com a sua necessidade. Quando necessitar de um servidor maior, com alguns cliques você pega outro e seleciona uma máquina maior. Dessa forma, não tem prejuízo com um sistema defasado e nem a necessidade de comprar uma nova máquina.

É importante pensar que o impacto nos custos e os benefícios financeiros vão variar de acordo com a infraestrutura de tecnologia da empresa, de quais aplicativos são executados e também dos serviços de nuvem que já estão em uso, entre outros diversos fatores.

Vantagens jurídicas e adequações à nova LGPD

As adequações à nova Lei Geral de Proteção aos Dados Pessoais podem ser bem complicadas. No entanto, fazer a migração do banco de dados para a nuvem pode ser uma decisão acertada que deixa o processo mais tranquilo. Só ao migrar a carga de trabalho para a nuvem já garante que a empresa cumpra boa parte dos pontos estabelecidos. 

Pois bem, “boa parte” não é todo o processo. Mesmo após migrar tudo para nuvem, ainda é preciso rever alguns processos de tratamento de dados. Isso inclui regras de captação de dados, mapeamento de informações que a empresa já possui, políticas de acesso, entre outras coisas. 

A facilitação das formas de trabalho tem se tornado uma estratégia de negócio para as empresas. São novas maneiras de se atualizar no mercado e garantir mais segurança ao banco de dados da sua empresa. Quer saber mais? Fale com a gente. A Viceri tem um time de engenheiros certificados em AWS prontos para ajudar você a fazer o seu negócio crescer. 

LGPD: tudo o que você precisa saber sobre a proteção de dados na sua empresa

Quando o jovem americano Mark Zuckerberg desenvolveu o FaceMash, uma versão bem inicial do Facebook e exclusivo do público das universidades americanas em 2003, ele já possuía uma visão muito além de seu tempo. No boom das commodities dos anos 2000, enquanto a maioria dos empreendedores ligavam seus holofotes em metais, químicos e metais preciosos, os olhos do estudante miravam dados.

De fato, Zuckerberg foi tão visionário em sua investida no que hoje se tornaria uma das maiores potências tecnológicas do mundo que ele previu um movimento que somente recentemente ganhou nome: a Indústria 4.0. Considerada a Quarta Revolução Industrial, essa indústria é o símbolo da importância que os dados ganharam nos últimos anos. Para você ter uma ideia de quão grande isso é, o Senai anunciou o investimento de R$1,4 mi nesse segmento da indústria. 

A Indústria 4.0 representa a captura de dados, a adoção de automação e a Inteligência Artificial em basicamente tudo que possamos imaginar: detecção de fraudes, opiniões e sentimentos dos clientes em redes sociais, propagandas perfeitamente direcionadas a cada pessoa e até mesmo carros futuristas já construídos pelo Google. Isso é praticamente um dos  segmentos mais importantes dentro da lógica capitalista dos próximos anos.

Mas uma vez que se entende quão importantes são os dados é impossível não pensar: e quem garante a segurança disso tudo? Quem garante que os dados de cada indivíduo não será utilizado para fins não legais? É nesse contexto que vem à tona a criação da Lei Geral de Proteção de Dados, também conhecida como LGPD ou Lei 13.709. Essa novidade vem diretamente para garantir a proteção de dados a todos os usuários do mundo.

O QUE É LGPD?

Essa sigla vem de Lei Geral de Proteção de Dados. Ela foi sancionada em agosto de 2018 e vai entrar em vigor a partir do dia 3 de maio de 2021, isso se não for postergada pelo Congresso Nacional. A LGPD tem tirado o sono de praticamente todos os empresários e gestores, visto que seus negócios devem fazer um esforço significativo para se adequarem à lei. Para entender o funcionamento da Lei de Proteção de Dados é preciso antes entender o contexto de sua criação.

Como foi citado no início do artigo, as informações nas quais navegamos diariamente são os bens mais valiosos para a geração de negócios. Entende-se como informação a combinação de dados, análise e organização. A maneira como as empresas usam informações se tornou o mais importante diferencial no mundo dos negócios.

Baseado nisso podemos entender que os fundamentos e objetivos da LGPD são:

  • Respeito à privacidade e liberdade de expressão;

  • Informação, comunicação e opinião;

  • Inviolabilidade da intimidade, honra e imagem de alguém;

  • Desenvolvimento econômico tecnológico e inovador;

  • Livre iniciativa;

  • Livre concorrência;

  • Defesa do consumidor;

  • Direitos Humanos;

  • Livre desenvolvimento da personalidade;

  • Dignidade;

  • Exercício da cidadania.

COMO SURGIU A LGPD? 

A discussão sobre proteção de dados não surgiu ontem, mas vários episódios influenciaram na criação da LGPD no período atual. Entre eles a aprovação do Marco Civil da Internet, a entrada em vigor da General Data Protection Rules (GDPR) na União Europeia, o escândalo Snowden e, óbvio, as eleições nos EUA em 2018. Baseada na GDPR, a nova lei de proteção de dados veio para regular o tratamento de dados pessoais, ou seja, o armazenamento físico ou digital.

Inicialmente prevista para entrar em vigor em agosto de 2020, a LGPD teve seu adiamento votado recentemente pelo Senado por causa da crise do coronavírus. A lei passou pela Câmara dos Deputados e pela sanção do presidente Jair Bolsonaro. Em outras palavras, o que foi alterado foi apenas o tempo que a lei passará a vigorar após ser promulgada. Devido à urgência do tema, a lei de dados passa a ser oficializada em 3 de maio de 2021.

“A LGPD também é importante porque ela traz um conceito expansionista e consequencialista do dado pessoal”, explica Flávia Carvalho, advogada especialista em Direito Digital e Compliance pela UFPE, além de ser membro da Comissão de Direito da Tecnologia e Inovação da OAB/PE e realizar atividades de conscientização sobre o uso seguro e consciente da rede com o apoio da SaferNet Brasil. “Apesar de termos em vigor o Marco Civil da Internet, ele é considerado um microssistema de proteção de dados que funciona apenas dentro Internet e não abrange, por exemplo, empresas físicas”, avalia.

Qual a importância da LGPD?

Em qualquer transação que realizamos é comum fornecermos diversos dados que são classificados em duas categorias: pessoais e sensíveis. Dados pessoais são informações como nome, CPF, endereço, telefone e e-mail. São considerados dados sensíveis informações como origem racial, orientação sexual, religião, filosófica, política, filiação a sindicatos, dados genéticos e biométricos. A lei regulamenta o tratamento de todos os dados, sejam eles pessoais ou sensíveis.

O ponto mais importante na Lei Geral de Proteção de Dados é o direito à privacidade que todo ser humano possui. A lei não veio para vedar o uso de dados pessoais por parte das empresas, mas para estabelecer princípios e regras para o tratamento desses dados. 

“Muitas empresas não fazem ideia de que precisam se adequar à nova lei de proteção de dados”, diz a especialista Flávia. Ela ainda reforça a importância do conhecimento técnico legal para todas as empresas: “A LGPD não vai valer apenas para empresas digitais. Se eu tiver uma loja pequena de roupas, por exemplo, e não tiver nenhum tipo de cadastro online, mas eu tiver dados das pessoas em um caderno, meu negócio vai ser afetado”, comenta.

Quem ficará responsável pela fiscalização da nova lei de dados é a Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), órgão federal. Espera-se, porém, que as próprias empresas indiretamente vão acabar realizando essa fiscalização, já que elas precisam ter a garantia de que seus fornecedores e parceiros também estejam em conformidade com a lei.

Qual é o prazo da LGPD?

A entrada em vigor da LGPD estava marcada para 16 de agosto de 2020, mas, devido à crise do coronavírus e as discussões do Senado, foi adiada para 3 de maio de 2021. Um novo prazo para adequação da lei deve ser divulgar nas próximas semanas.

Segundo uma pesquisa realizada pelo Reclame Aqui em 2019, 41,6% das empresas não sabem o que é LGPD. A especialista Flávia ainda afirma que o usuário leigo ainda não está informado sobre a importância de seus próprios dados. “Quando a Uber sabe o quanto de bateria tem seu celular: por que ela tem esse dado? A empresa precisa agora apresentar o por quê ela precisa desse dado”, explica. “A LGPD vem para impedir que farmácias vendam dados para um plano de saúde para que ele fique mais caro, por exemplo”.

No próximo artigo vamos abordar mais a fundo essa nova lei, quais os primeiros passos para você se adequar, quem procurar e quais as possíveis penalidades que o não-cumprimento dela por trazer para o seu negócio.  Caso tenha dúvidas, a Viceri conta com um time de especialistas para ajudar a sua empresa a entrar em conformidade com a nova lei de proteção de dados.

Microsserviços x arquitetura monolítica: entenda a diferença

Se você está inserido na área de tecnologia da informação ou engenharia de software já deve ter escutado o termo arquitetura de microsserviços e provavelmente já se perguntou se é uma boa estrutura para ser aplicada na sua solução. Acompanhe esse texto e entenda como funciona a arquitetura de microsserviços e suas diferenças em relação a tradicional arquitetura monolítica.

O que é a Arquitetura Monolítica?

A arquitetura monolítica é uma arquitetura de desenvolvimento de sistema de software. Por ser uma estrutura tradicional, é mais conhecida e utilizada em soluções aplicadas no mercado. Essa abordagem de estrutura de sistemas é baseada no princípio de que todos os processos dentro de uma mesma solução são altamente acoplados, dependentes, compartilham de uma única base de dados e executam todos os processos como se fosse um único serviço. 

Por se tratar de um único sistema que reúne todas as aplicações e informações em um único banco de dados, o seu gerenciamento se torna mais simples e depende exclusivamente de uma única equipe. Porém, esse mesmo fator dificulta a escalabilidade do sistema, se houver um pico de demanda em uma determinada aplicação, todo o sistema terá que ser escalado. Outro ponto para se destacar na arquitetura monolítica é que ao longo do tempo a complexidade da atualização ou aplicação de um recurso do sistema se torna mais complicada, por conta da alta concentração no número de dados. 

Imagine o aplicativo do seu banco. Nele existem diversas funcionalidades, como: transferências, pagamentos, investimentos, entre outros. Em um sistema de arquitetura monolítica todas estas funcionalidades e seus processos estão altamente acoplados, utilizando o mesmo banco de dados. Dessa forma, todas as funções do sistema estão implementadas em um único processo e caso seja necessária realizar uma atualização ou aplicação em uma única funcionalidade do sistema, todo o aplicativo precisaria sair do ar.

API e microsserviços: diferenças

Microsserviços consistem em pequenos serviços independentes, em que a funcionalidade é dividir os componentes em “micro” serviços, que são construídos de forma independente, autônoma e com baixo acoplamento.

APIs são os frameworks, que são responsáveis pela troca de dados entre qualquer outro software externo.

Microsserviços e APIs são camadas dentro de um software. Eles se sobrepõem muitas vezes, por isso é importante entender que a API é uma camada criada para comunicação externa.

O que é a Arquitetura de Microsserviços?

A arquitetura de microsserviços surgiu nos últimos anos para desmembrar e sanar alguns dos problemas enfrentados pela arquitetura monolítica. Este modelo é desenvolvido através de um sistema que consiste, basicamente, em construir pequenos serviços independentes que são criados para recursos específicos, em que cada um realiza uma única função independente. 

Os serviços se comunicam por meio de API’s bem definidos, porém que não necessariamente compartilham da mesma tecnologia, biblioteca estrutural ou arquitetural. Eles são desmembrados em componentes mínimos e utilizam seu próprio banco de dados.

Como cada serviço é independente, eles podem ser desenvolvidos, atualizados, implementados e escalados de forma individual para atender a uma demanda ou função específica de uma solução maior.

Imagine novamente o aplicativo do seu banco, com as mesmas funcionalidades citadas acima, porém desenvolvido através de uma arquitetura de microsserviços. Nesta situação, as transferências, pagamentos, investimentos e outras funcionalidades seriam estruturadas independentes, desenvolvidas para cumprir exclusivamente suas finalidades específicas, com seu próprio banco de dados. 

Caso seja necessária realizar a manutenção de uma dessas operações, utilizando um controle de inversão e monitoramento adequado, as outras funcionalidades do aplicativo continuarão disponíveis para uso normalmente.

Benefícios da arquitetura de microsserviços

Alguns dos benefícios de utilizar a arquitetura de microsserviços em um sistema são:

  • Agilidade: como são implementados de forma independente é mais fácil gerenciar a correção de problemas, lançamentos, manutenção ou desenvolvimento de um outro recurso;

  • A base de código é pequena: isso dá a possibilidade da equipe escolher a tecnologia mais adequada para cada serviço; 

  • Isolamento de falhas: é possível realizar a correção de falhas não interrompendo o funcionamento da solução inteira;

  • Escalabilidade: É possível dimensionar um serviço de forma independente, permitindo a expansão somente do serviço que precisa de mais recursos;

  • Isolamento de dados: é mais fácil executar atualizações pequenas em um único banco de dados de um serviço específico;

Microsserviços: desafios

Trabalhar com uma solução que pode ter inúmeros serviços tem seus desafios, vejamos alguns:

  • Complexidade: A arquitetura de micro serviços possui mais partes móveis, cada serviço é mais simples, mas o sistema como um todo acaba sendo mais complexo. Então, é preciso ter um gerenciamento eficiente para que o serviço como um todo tenha sucesso;

  • Desenvolvimento e teste: procedimentos que utilizem muitas dependências de serviços exigem um tipo de abordagem diferente, testar uma aplicação com muitas dependências de serviço se torna uma tarefa desafiadora;

  • Falhas de rede: Pois o uso de serviço pode aumentar a latência de resposta a quem utiliza esse serviço;

  • Controle de inversão: as atualizações do serviço não podem interromper o funcionamento dos outros serviços e nem a solução completa;

  • Gerenciamento de dados armazenados: como a natureza dos microsserviços é de gerar dados de forma independente, isso dificulta seu gerenciamento pelo microsserviço. Um estudo da Global Microservices aponta que 17% das equipes que utilizam a arquitetura de microsserviços não têm o conhecimento do gerenciamento desses dados a longo prazo. Por isso, é importante planejar de forma sólida as API’s. 

Geralmente, cada serviço é composto por uma pequena equipe de profissionais que trabalham com autonomia. Por esse motivo, é extremamente importante que haja um gestor que faça a integração de todos os serviços e unifique a equipe para que todos os envolvidos em um projeto estejam alinhados com o sistema. É importante também que a equipe que trabalha com esse sistema esteja comprometida tecnicamente.

Utilizar a arquitetura de microsserviços é mais custoso e exige uma integração de processos, em especial, a Integração Contínua, e para que isso aconteça é importante que se implemente uma Cultura de DevOps, assim o controle sobre todo o software será maior. Na arquitetura de microsserviços a preocupação com o Build deve ser redobrada, os testes dos softwares devem ser muito mais completos e a atenção com o controle de inversão deve ser maior, pois qualquer equívoco pode acarretar em um erro na cadeia de implementações na solução com o deploy. Pois uma aplicação não pode ficar parada enquanto um serviço é atualizado para uma nova versão. Por isso, o monitoramento é essencial, caso aconteça alguma falha no sistema é preciso reconhecer rapidamente a fonte problemática.

Quando é indicado usar microsserviços

Estas soluções são indicadas para alguns casos:

  • Aplicações grandes: que necessitam de uma alta taxa de velocidade de liberação;

  • Aplicações complexas: que precisam ser altamente escaláveis e dimensionáveis;

  • Aplicações com domínios avançados ou muitos subdomínios;

  • Aplicações ou em uma Organização que tenha equipes pequenas de desenvolvimento. 

Vale a pena transformar meu monolito em microsserviço?

Ambas as arquiteturas de softwares possuem suas vantagens e desvantagens. Transformar monolito em microsserviços é uma forma de modernizar a aplicação.

Para escolher o modelo que melhor se adequa ao seu negócio, é importante entender suas dinâmicas e necessidades.

Para saber mais sobre como transformar seu monolito em microsserviço. A Viceri conta com especialistas que podem te ajudar. Fale com a gente!

Resiliência e capacidade de reimaginar os negócios: as chaves para sobreviver à crise e ao pós-crise do Coronavírus

Estamos vivendo tempos sem precedentes. Ao longo dos meus 37 anos de vida profissional, eu já passei por inúmeras crises internas e externas (que afetaram o mundo todo). Mas nenhuma chegou perto da que estamos enfrentando hoje por conta do covid-19.

Assistindo o noticiário na TV, vi a Diretora-Geral do FMI, Kristalina Georgieva dizendo que o próprio FMI nunca havia passado uma crise dessa magnitude e que os esforços para reverter os efeitos negativos da pandemia na economia podem ser ainda maiores do que os realizados em decorrência da crise de 2008, quando dezenas de instituições financeiras quebraram.

Conforme um estudo divulgado pela McKinsey, o impacto do coronavírus pode causar uma leve redução do crescimento da economia mundial, de 2,5% para 2% em um cenário mais otimista, até uma catastrófica queda de 1,5%, fato que não ocorre desde 2009, em um cenário mais preocupante. Parece pouco, mas é o suficiente para decretar o fim de centenas de empresas e mergulhar vários países em uma profunda recessão.

A pandemia de Coronavírus que assola o mundo trouxe e trará um enorme impacto na vida das pessoas, das empresas, nos governos e dos países. Não sabemos o quanto e até quando essa crise irá durar, mas uma coisa é certa: o mundo nunca mais será o mesmo. Com toda a preocupação e energia que todos nós estamos despendendo no curto prazo para superar a crise, estamos tendo pouco tempo para reflexão sobre os impactos no longo prazo nos nossos negócios e nas nossas vidas. As pessoas e seus hábitos vão mudar (na verdade, já estão mudando muito nos últimos tempos) e não sabemos como e em qual velocidade, mas, com certeza, ao fim desse período haverá uma nova ordem predominante, um novo “Normal”.

O Coronavírus, com toda sua fúria e urgência, quebrou as barreiras existentes das pessoas, das empresas, e, até mesmo (assim espero), dos governos que vinham há muito resistindo às mudanças que vem transformando o mundo. Vou citar alguns exemplos que  pude perceber aqui da minha casa, tudo em apenas algumas semanas de home office: 

A escola onde minha filha estuda, que é uma escola privada, não se preparou para o ensino a distância e ainda tem inúmeras barreiras para essa implementação, mas se viu obrigada a se curvar ao momento e está implantando o EAD a toque de caixa. As escolas públicas enfrentam o mesmo problema, em meio a várias outras dificuldades causadas por falta de recursos para a educação. Porém, o fato é que os alunos não estão tendo aulas e haverá um impacto na vida desses jovens;

Todas as minhas compras hoje estão sendo realizadas online. As lojas, farmácias,  restaurantes que não possuem e-commerce estão sofrendo muito e correm sério risco de quebrar;

Temos amigos trabalhando em grandes empresas, nacionais e multinacionais, que não conseguiram trabalhar remotamente (home office), pois as instituições não tinham infraestrutura nem equipamentos necessários para fornecer aos seus funcionários. Além disso, eles não estavam adaptados ao trabalho remoto, não aprenderam como fazer isso, não havia políticas corporativas para esse caso, nem processos e procedimentos adequados;

Alguns amigos que também são empresários têm suas empresas com canais de venda totalmente dependentes do contato humano. Eles estão com suas vendas paradas ou irão reduzir drasticamente suas receitas. Estão desesperados.

Minha mãe foi atendida hoje através da telemedicina, que por questões legais não era permitida no Brasil, mas que parece que o governo liberou nesse momento, ou simplesmente a realidade foi tão rápida que o legislativo e as empresas resolveram o problema na prática;

Meu professor de preparo físico nunca havia dado uma aula virtual, nunca tinha feito um vídeo para seus alunos se adaptarem ao mundo tecnológico e perdeu seus clientes para ótimos aplicativos disponíveis, ficando sem renda;

A Viceri, empresa da qual sou o fundador e CEO, iniciou os trabalhos de home office logo no primeiro dia da pandemia, mesmo não havendo respaldo legal para isso. Mas novamente a realidade se sobrepôs a falta de legislação adaptada aos tempos atuais.

Todos esses casos têm em comum o despreparo das empresas em se adaptar a uma realidade totalmente digital. Embora essa situação tenha sido escancarada pelo Coronavírus, que nos obrigou ao isolamento social e uma superutilização da tecnologia, ela não é nova. Há tempos a nossa maneira de viver vem se transformando e a demanda dos consumidores por experiências digitais vem crescendo dia após dia.

Para se ter uma ideia (conforme outro estudo divulgado pela McKinsey)   na China, durante o período da Pandemia, houve um aumento de 55% dos consumidores que pretendem fazer compras permanentemente de forma on-line e um aumento de 3% a 6% na penetração geral do comércio eletrônico. Além disso, a parcela de consumidores acima de 45 anos usando o comércio eletrônico aumentou 27% de janeiro a fevereiro de 2020.

*Fonte: Building the Agile Business Through Digital Transformation – Neil Perkin And Peter Abrahan

Assim, é nítido que empresas que investiram em sua Transformação Digital, que buscaram  entender o consumidor, seus hábitos e desejos, que balancearam seus resultados de curto prazo com os de longo prazo, que implantaram um modelo mais orgânico de gestão com menos “comando e controle”, menos centralização, que investiram pesadamente em tecnologia, são mais resilientes e possuem mais capacidade de rápida adaptação. Essas empresas sairão fortalecidas dessa crise.

Então, vamos ao ponto: o que vamos aprender com essa crise?  O quanto vamos reimaginar nossos negócios e nossas vidas? O quanto vamos mudar nosso mindset, transformando-o de uma lógica fixa para uma lógica de crescimento? O quanto iremos focar não só em resultados de curto prazo, mas balanceá-lo com o longo prazo? Quando vamos sair da nossa caixinha e pensar diferente, pensar nas mudanças que estão e irão impactar as pessoas? Quando vamos entender que o poder mudou de mãos, e que ele está cada vez mais com as pessoas e não com as empresas?

É esperar para ver, ou ver para crer!

**Marcel Fernando Pratte é fundador e CEO da Viceri, empresa de tecnologia com mais de 29 anos de mercado que atua para estabelecer alianças duradouras e provocar grandes transformações através da inovação e da tecnologia. Em seu portfólio, a instituição tem como clientes algumas das maiores empresas do Brasil como a Mapfre Seguros, Brinks, Brasilprev e Instituto Unibanco.

People-Centric Technology: 8 tendências para o futuro segundo o Gartner

Embora presente em todo o desenvolvimento da civilização, nunca o impacto da tecnologia nas nossas vidas esteve tão perceptível. Na segunda metade do século XX, a democratização do acesso aos computadores mudou nossas vidas. No século XXI, os smartphones revolucionaram totalmente nossas relações interpessoais e com as empresas.

Agora, é hora de alcançar níveis ainda mais elevados nessas mudanças. De acordo com o Gartner, uma das maiores consultorias do mundo sobre o tema, a evolução tecnológica dos próximos dez anos deve se pautar pelo conceito people-centric technology, um conjunto de estudos que busca aplicar técnicas que já existem para provocar mudanças profundas na maneira como vivemos.

Nessa perspectiva, saber quais tecnologias vão se destacar nesse processo e como elas vão afetar nossas vidas pode ser uma grande vantagem competitiva para os negócios. Por isso, reunimos aqui as principais tendências em people-centric technology e como elas vão se desenvolver para mudar nossas vidas, de acordo com o Gartner. Confira!

1 – Hyperautomation

Quando falamos em automação, nos referimos a uma ação que deixa de ser feita por uma pessoa para ser realizada por uma máquina. Na hiperautomação, essa máquina possui a capacidade de não só realizar essa tarefa, mas também desenvolver maneiras de realizá-la com mais agilidade, identificar falhas e mudar a maneira como ela se relaciona a todos os outros processos.

Em uma fábrica, por exemplo, um sistema com Inteligência Artificial (IA) pode identificar quando há um problema na linha de montagem e alertar o responsável. Mas um sistema com Machine Learning (ML) pode, além de identificar que há o problema, desenvolver uma solução, orientar como executá-la e analisar como evitar que o mesmo problema ocorra novamente. Com a hiperautomação, as pessoas ficarão mais livres para atuar em áreas que necessitam de criatividade, relacionamento e outras habilidades que as máquinas não possuem.

2 – Multiexperience

Essa tendência em people-centric technology se refere a substituição da ideia de acesso aos computadores por meio de um dispositivo específico pela possibilidade de nos relacionarmos com eles em inúmeros outros pontos de acesso, proporcionando níveis muito mais imersivos de experiência para os usuários.

Algumas empresas já estão adotando técnicas baseadas no conceito Multiexperience. A Domino’s Pizza desenvolveu uma experiência que permite ao usuário não só pedir seu lanche por um aplicativo de smartphone, como também realiza a sua entrega através de drones e carros autônomos, ampliando a relação do usuário com a tecnologia no processo.

3 – Democratization

Na perspectiva dessa tendência, democratização significa dar aos usuários a capacidade de participar dos processos de desenvolvimento, análise de dados ou design através da disponibilização de conhecimentos específicos e ferramentas com pouca necessidade de códigos.

Assim, os processos de desenvolvimento podem se tornar mais baratos e rápidos, já que não estarão limitados a uma execução total dos times de TI. Até 2024, 75% das grandes empresas devem estar usando pelo menos quatro ferramentas de pouco código para o desenvolvimento de aplicativos de TI a partir iniciativas de desenvolvimento dos usuários, segundo o Gartner.

4 – Human Augmentation

Um dos conceitos mais antigos – usamos próteses e óculos para “corrigir” limitações humanas há séculos -, o aumentos das capacidades humanas, atualmente, é uma people-centric technology focada em desenvolver habilidades superhumanas, tanto físicas como cognitivas.

Alguns exemplos dessa tendência no mundo corporativo são o uso de exoesqueletos para aumentar a força física de operários das indústrias ou mesmo adotar sistemas de IA para ajudar gestores nas tomadas de decisões de uma companhia, uma vez que a análise de dados e cálculos fica mais apurada em parceria com os computadores.

5 – Transparency and Traceability

Transparência e rastreabilidade, em tradução direta, são um conjunto de práticas que as empresas devem adotar de modo a garantir que o uso de dados dos seus clientes não estejam sendo utilizados indevidamente. Com o aumento do uso de IA e ML analisando esses dados e consumidores cada vez mais exigentes, empresas que não adotarem esses princípios podem perder clientes ou enfrentar problemas na justiça.

Entre as práticas que mais devem ser mais cobradas pelos usuários estão o uso ético dos dados, a criação de sistemas que minimizem o uso inapropriado deles, políticas de privacidade bem estabelecidas e de fácil acesso, entre outros.

6 – Empowered Edge

Diretamente ligada a Internet das Coisas (IoT), essa tendência visa aumentar o poder de processamento de dados que ocorre em dispositivos básicos de interação do usuário. Como consequência, a própria relação com a nossa casa pode se tornar muito diferente.

Televisores, geladeiras, rádios e iluminação vão ter capacidade de receber, processar e executar um comando muito mais rapidamente do que se eles passassem por um computador central. Entretanto, além do próprio desenvolvimento de hardware e software para esses dispositivos, essa tendência ainda encontra desafios como a durabilidade de cada um deles, o gerenciamento integrado dos mesmos e a própria experiência do usuário.

7 – Autonomous Things

Essa é uma tendência de people-centric technology que se refere ao uso de IA em coisas físicas comuns, desde drones até navios transportadores, de modo que elas possam atuar sem a operação do ser humano. Algumas empresas já utilizam desses equipamentos em armazéns ou minas, por exemplo.

Conforme seu número for crescendo, um ecossistema de máquinas autônomas compartilhando dados o tempo todo deve mudar totalmente as nossas vidas. Carros autônomos, por exemplo, ao passar por uma área de maior tráfego, podem compartilhar esses dados com veículos que estão na mesma rota, de modo que esses tenham tempo para trocar o trajeto para um mais fluído e mais rápido.

8 – IA Security

Muitas empresas e até governos já utilizam IA e ML integrada a sistemas de câmeras de segurança para identificar violações de segurança em lugares restritos ou mesmo identificar suspeitos de crimes em meio a outras pessoas em espaços públicos. Porém, essa tendência de people-centric technology ainda tem desafios muito maiores.

Por armazenar muitos dados de seus clientes, as grandes empresas correm o risco constante de ataques hackers para roubo desses dados, que podem ser usados para fraudes ou crimes virtuais. Por isso, o desafio é desenvolver sistemas de IA que possam identificar padrões nesses ataques, perceber quando um deles está acontecendo, criar uma ação para proteger os dados e colocá-la em prática.

Empresas que não se preocuparem com a implementação desses sistemas, podem ficar expostas a ataques virtuais ou perder a confiança de seus usuários.

A tecnologia muda a nossa vida constantemente não é? Quer fazer dela um propulsor de grandes mudanças no seu negócio? Então, envie uma mensagem para a gente e fale com a nossa equipe.

Big data para vendas: conheça sua relação com a saga Star Wars

Vivemos uma era onde as informações coletadas por empresas transformam a experiência do cliente, mostrando a eficácia do big data para vendas.

Atualmente, coletar informações pessoais permite que a empresa seja relevante para cada perfil de consumidor, e ofereça o que ele quer, na hora certa.

Nesse sentido, percebe-se que o sistema de banco de dados evoluiu a ponto de fazer deste um diferencial competitivo para a gestão baseada em big data.

Com o despertar da força dos dados para os negócios, podemos traçar um paralelo entre o big data e uma das franquias mais famosas do cinema: Star Wars.

Neste artigo, convidados você a viajar para uma galáxia muito, muito distante, para compreender a relação entre estes dois mundos, tanto na ficção, quanto na realidade das empresas.

Star Wars & Big data para vendas

Analisando o enredo de Star Wars: The Force Awakens, o sétimo filme da saga, percebemos os principais desafios do gerenciamento de big data.

Resumindo, a busca pelo jedi Luke Skywalker, tanto pela resistência quanto pela Primeira Ordem, expõe os valores que os dados têm para as organizações.

Ou seja, o filme mostra a importância da integração, da qualidade e da segurança necessária para o uso correto dos dados em prol da empresa.

Para ficar mais claro, dividimos este três tópicos importantes para a gestão de dados para refletir sobre a história contada por J. J. Abrams nas telonas.

Desta forma, pretendemos mostrar como lidar com os desafios encontrados no gerenciamento do big data para vendas sob um olhar jedi.

Integração dos dados

Para começar a entender a relação entre o big data e a narrativa central do episódio VII de Star Wars, basta olhar para a necessidade de ambos os lados da força.

Vilões e mocinhos possuem um pedaço de um mapa que levam a localização do personagem Luke, porém precisam estar completos para que sejam acessados.

Ou seja, mesmo diante de dados coletados e armazenados, os gestores não conseguem utilizá-los totalmente já que os dois conjuntos de dados são destinados à integração.

Assim, os dados de ambos os lados da trama pertencem a um conjunto de informações que, juntas, formam o mapa completo.

Por um lado, a Primeira Ordem detém um mapa galáctico mas não com detalhes sobre a localização de Luke.

Ao mesmo tempo que a resistência conta com a localização exata do personagem, porém sem parâmetros de outros lugares e sem referências da região.

Convertendo para o ambiente de vendas, esta analogia mostra o desafio da gestão diante da integração dos dados coletados.

Em outras palavras, quanto mais rápido a operação conseguir integrar seus dados, e mais eficaz for este processo, melhor o resultado.

Repare que durante todo o filme os dois lados da Força disputam pelo mesmo objetivo de integração de big data.

Qualidade e segurança das informações

A caçada ao personagem queridinho do público que consome a saga Star Wars surge a partir da qualidade das informações que cada ala da trama detém.

Tanto pelo mapa galáctico do vilão Kylo Ren que precisa de uma única peça, quanto pelo sinal solitário de Luke que bóia sem rumo diante da resistência.

Nenhum dos dois grupos poderia sequer imaginar a existência do personagem sem partir de dados de qualidade.

O mesmo vale para a aplicação de big data para vendas, pois toda informação coletada de forma eficaz garante maior qualidade na experiência do cliente.

O exemplo mais claro que mostra a importância da qualidade dos dados aparece em ofertas de itens esportivos para consumidores de times rivais.

Em contrapartida, os diferentes núcleos de Star Wars: The Force Awakens mostram que a segurança dos dados também fazem parte da trama para alcançar Luke.

Para proteger seus dados, os mocinhos usam a juventude de Rey, para proteger os dados inseridos no android em forma de bola de futebol, BB-8.

Ao criar camadas de segurança para os dados armazenados, as empresas fortalecem sua base de contatos a partir de sistemas cada vez mais avançados.

A Força do Big data para vendas

Certamente muitos já conhecem o final desta história onde ambos os lados apresentam diferentes perspectivas de estratégias de Big Data para vendas. 

Para implementar o gerenciamento de vendas a partir de big data, não será necessário “que a Força esteja com você”… 

Mais que isso, basta conhecer as soluções de Big Data Analytics e Inteligência Artificial da Viceri!

Foco, inovação e qualificação: as lições que o Cloter trouxe do Vale do Silício para o nosso trabalho

Convidamos o Cloter, vencedor do programa #EuNoVale, para nos contar tudo sobre a sua viagem ao Vale do Silício e como o mindset desse lugar é essencial para construir o futuro do mundo corporativo

Segundo o próprio Cloter, é muito difícil descrever a experiência do Vale do Silício, uma vez que só quem a vive pode entender o impacto que esse local provoca na nossa maneira de pensar. Mesmo assim, nós o convidamos para contar tudo sobre essa viagem e como o mindset que adquiriu na Capital Mundial da Inovação vai impactar o seu trabalho aqui na Viceri. Confira!

1.Fale um pouco de você e o seu trabalho aqui na Viceri.

Trabalho há 4 anos na Viceri, entrei em 2016 como desenvolvedor pleno, participei de alguns projetos de grande importância, como o da seguradora Mapfre, e hoje sou engenheiro de software.

Atualmente, trabalho no projeto Bellamaterna, que tem a Viceri como seu braço tecnológico. Minha atuação é como líder técnico, focada nas questões de planejamento, capacitação da equipe e gestão das demandas do projeto.

Voltado para a área da saúde, o Bellamaterna faz o acolhimentos das gestantes e mães com filhos até 3 anos, conectando-as com profissionais graduados e pós-graduados em maternidade. Atualmente, ele está focado em B2B, modelo em que planos de saúde disponibilizam o acesso ao aplicativo a suas pacientes.

Na prática, é parecido com whatsapp, a mãe pode conversar e enviar arquivos diretamente aos profissionais da área de nutrição, obstetras, doulas e muitos outros disponíveis para atendê-la e orientá-la. No futuro, a ideia é utilizar os dados que estão sendo coletados para implementar Inteligência Artificial e criar sistemas para agendamento de consultas, controle de horários de remédios e outras funcionalidades.

Como temos uma coleta de dados recorrente, o sistema conseguirá ter proatividade para direcionar o atendimento nos momentos certos, sinalizando quando é hora de dar remédios, comprar fraldas ou marcar uma nova consulta. Além disso, imaginamos que, daqui um tempo, o médico possa conseguir agendar atendimentos presenciais, como se fosse um Uber conectando esses profissionais às mães.

Com relação ao meu futuro, tenho planos de começar um MBA esse ano, voltado para a área de arquitetura de software. Além disso, pretendo obter algumas certificações neste ano, tais como a de Arquiteto de Soluções da AWS Certification, que é uma das partners aqui da Viceri e também a Java Certified Professional, emitida pela Oracle.

2. Como foi a sensação de ser contemplado no programa #EuNoVale?

Foi surpreendente. O anúncio ocorreu no lançamento da nova marca e eu realmente não estava esperando ser contemplado. Alguns gestores já vinham comentando que esse evento teria algumas surpresas, então existia um hype muito grande dentro da empresa.

Eu até fui um dos primeiros a comentar que o Marcel, nosso CEO, ia revelar que levaria alguém para o Vale do Silício. Mas quando anunciaram meu nome, o impacto foi chocante. Eu nunca tinha viajado para fora do país e começar logo visitando a Capital Mundial da Inovação e Tecnologia foi muito gratificante.

3. Quais aspectos culturais do Vale do Silício lhe causaram mais impacto e por que?

Quando falamos em Transformação Digital e criação de novos processos, é importante que as pessoas se coloquem como donos dos seus projetos e donos das suas empresas. Isso é muito forte no Vale. Mesmo quem trabalha como colaborador de outras instituições tem esse mindset. Eles tomam conta de todo o trabalho que tem que ser executado, sempre prezando pela entrega e pela excelência.

A postura deles é muito diferente. São pessoas muito objetivas. Em várias atividades que participei, estavam presentes americanos, alemães, e outras pessoas de diferentes culturas, mas que possuem em comum o objetivo de buscar a inovação, a excelência e a qualidade de entrega. O Vale do Silício proporciona essa cultura para essas pessoas.

A diversidade é muito presente. Quase metade da população do Vale do Silício não é americana. Como o local concentra as sedes de algumas das maiores empresas de tecnologia do mundo, dezenas de startups e alguns unicórnios, muita gente migra para trabalhar nesses lugares.

A questão educacional também é muito forte, já que lá estão algumas das maiores universidades dos Estados Unidos, como Stanford e Berkeley. Tudo isso colabora muito para a construção dessa cultura.

4. Fale um pouco sobre as atividades de aprendizado que você passou e como foi essa experiência.

Participei da Learning Experiência, desenvolvida pela Startse. O conteúdo foi muito rico. Falamos sobre a cultura, história do Vale, as primeiras empresas que se estabeleceram aqui, como a HP e a Intel e muito mais. Conheci inclusive a origem do termo Vale do Silício, que é uma referência ao fato de que lá se consegue essa matéria prima a um custo muito baixo, o que provocou um boom da exploração industrial no local.

Um dos palestrantes, da Netflix, revelou que eles buscam o tempo todo a diversidade de pensamento, incluindo pessoas com múltiplos pontos de vista na empresa. Quanto maior é essa diferença em um ambiente, mais ideias novas surgem.

Um representante da HP detalhou como ocorreu a Transformação Digital da empresa. Ele explicou como essa mudança foi possível depois de muitas tentativas, já que é muito mais difícil aplicar essa transformação em uma companhia enorme do que em uma startup, por exemplo.

Muitas atividades eram focadas em inovação. Também participei de inúmeros workshops com startups dos ramos alimentício, biotecnologia, transporte e comunicação e que trabalham com projetos para causar alto impacto daqui uns 10 anos.

Conheci mais sobre os carros autônomos e a grande corrida das empresas que está acontecendo lá para desenvolver e disponibilizar essa tecnologia. O Google é o principal investidor atualmente.

inclusive, durante um dos trajetos que fiz de ônibus, tinha um carro autônomo da Google se deslocando sem motorista ao meu lado. O impacto foi muito forte. Há tecnologias que talvez só chegarão no Brasil em 15 anos ou até mais e que já estão sendo utilizadas no Vale do Silício. Isso é muito chocante.

5. Como o mindset do Vale do Silício impacta o seu trabalho e o trabalho da Viceri?

O principal foi entender as diferenças de pensamento. Aqui, a maior parte do nosso trabalho é realizada com ferramentas que já existem. No Vale, o mindset é sempre focado em desenvolver novas ferramentas para entregar esses resultados com mais eficiência e agilidade.

Antes, toda a minha evolução era pensada para o presente. O pensamento era “Preciso aprender mais sobre isso para resolver essa questão que me preocupa hoje.” Mas a experiência me trouxe outra visão e hoje estou me preparando para do futuro.

Agora, não consigo mais ficar procrastinando com qualquer coisa. Me sinto incomodado em perder tempo com coisas que eu não deveria, como processos que já deveriam ter sido abandonados. Me tornei alguém que busca ser o mais objetivo possível com minhas tarefas. Mudei também a maneira como me relaciono com o time.

Além disso, eu trouxe dois ensinamentos básicos: buscar mais foco e buscar mais qualificação, visando otimizar ao máximo o meu tempo e obter cada vez mais conhecimento.

A minha estratégia agora é começar com impactos menores na Viceri e aí seguir escalando essa cultura do Vale para a empresa inteira. Fazer esses ensinamentos criarem resultados na minha equipe e nos meus projetos. A partir daí, posso demonstrar esses resultados para auxiliar nas outras demandas.

Muito mais do que apenas falar dessa experiência, penso em construir esse resultado concreto e demonstrar o impacto prático para as pessoas de outros projetos, para que elas possam adotar esse pensamento no seu trabalho.

6. Como você vê papel do Vale e desse pensamento para a transformação através da tecnologia que vivemos hoje?

A maior colaboração do Vale é o mindset das pessoas. Esse aprendizado é o melhor que se pode tirar da experiência de visitá-lo. Claro, lá também existem pessoas que se movimentam apenas pelo dinheiro, mas muitas trabalham por um objetivo de vida.

Assim, elas buscam sempre ajudar a sociedade com soluções novas, e o dinheiro é apenas uma consequência. Além disso, a inovação deve estar no core das empresas e das pessoas. O mindset ensina que cada processo precisa ser mudado a cada 3 meses.

Essa inovação, aliada a busca por ajudar a sociedade de alguma maneira, é a chave para o sucesso. Mesmo quem está no topo está pensando em inovar sempre. Sem essas mudanças, as empresas não sobrevivem.

Além disso, a infraestrutura lá é muito melhor. O Governo ajuda muito a empreender, valorizando quem tem alguma ideia em benefício da sociedade. Enquanto aqui demoramos vários dias para abrir uma empresa, lá o processo pode acontecer em questão de horas.

Peguei dias de clima muito fechado lá, com chuva, vento e frio. Nesse sentido, o clima aqui é bem mais agradável. No Brasil, a gente tem essa vantagem em relação ao Vale do Silício, mas perde em todos os outros quesitos.

Em resumo: para construir o futuro, precisamos de mais colaboração, mais resiliência, mais inovação e mais adaptabilidade. Isso é 80% do caminho, o resto é trabalho.

Brasilprev: como a empresa conquistou mais eficiência através da tecnologia

Há 20 anos, somos uma das fornecedoras responsáveis pela sua Transformação Digital através de soluções inovadoras

Em uma era que o consumidor virou o centro dos negócios e o mundo corporativo está cada vez mais exigente, a Transformação Digital acelerou a necessidade de inovação dentro das organizações. A tecnologia é o meio para que todas essas inovações ocorram, agregando eficiência e melhores experiências para os clientes.

De acordo com um estudo da Associação Brasileira das Empresas de Software, os investimentos no Brasil em tecnologia da informação totalizaram US$ 47 bilhões em 2018, o que indica que as instituições perceberam o quanto é fundamental priorizar essas questões.

É o caso da Brasilprev, líder do mercado de previdência privada no Brasil. Ao longo dos últimos 20 anos, a Viceri é umas das fornecedoras que promove a transformação digital, trabalhando para entregar inovações em todos os processos da Brasilprev, sempre buscando agregar eficiência à empresa.

Para você entender melhor como é esse processo, preparamos este conteúdo especial sobre como atuamos para resolver as necessidades da Brasilprev, sempre buscando qualificar suas operações e criar valor para seus clientes. Confira!

A Brasilprev

Com 26 anos de atuação, a Brasilprev Seguros e Previdência S.A tem como acionistas a BB Seguros, braço de seguros, capitalização e previdência privada do Banco do Brasil, e a Principal, uma das principais instituições financeiras dos Estados Unidos. Líder do setor, a companhia conta com mais de R$ 280 bilhões em ativos sob gestão e uma carteira de 2 milhões de clientes. Especialista no negócio de previdência privada, com produtos acessíveis e serviços diferenciados, a Brasilprev conta com a rede de agências do Banco do Brasil como seu principal canal de distribuição.

Desde o início das suas operações, em 1993, a Brasilprev se preocupa em qualificar operações como controle da carteira de clientes, planos de previdência, vendas, administrativo, financeiro e até mesmo a controladoria através de processos eficientes e ágeis.

Nossa atuação

Nossa empresa foi contratada para o desenvolvimento de diversos sistemas, trabalhando sempre com agilidade, eficiência e com foco na realidade da empresa.

Além de sistemas de fluxo de caixa, tesouraria, cálculo de previdência e muitos outros, desenvolvemos soluções focadas na governança corporativa, uma das maiores prioridades para a Brasilprev.

Assim, a tecnologia fornecida pela Viceri auxilia a empresa a manter um rigoroso controle nas dos seus órgãos de governança. Além disso, trabalhamos no desenvolvimento de soluções para compliance, auditoria e seguimos atuando na evolução constante de todos os sistemas legados da empresa.

Quer saber mais sobre a nossa parceria com a Brasilprev? Acesse agora o nosso material completo e confira como trabalhamos há 20 anos para a Transformação Digital da instituição.

Pessoas digitais: desafios e mudanças da transformação cultural para ficar de olho em 2020

Para começar 2020 acelerando em direção ao futuro, convidamos o nosso CEO, Marcel Pratte, para trazer a sua visão sobre a transformação que estamos vivendo e os desafios que ela traz para o mundo dos negócios

A tecnologia está transformando as nossas vidas. Hoje, somos consumidores cada vez mais exigentes e empoderados, fazendo com que as empresas mudem não só meios técnicos de operação, mas também o mindset de controle e tomadas de decisão dentro das corporações.

Para começar 2020 acelerando o futuro, convidados o nosso CEO, Marcel Pratte, para trazer a sua visão sobre esse processo e quais desafios ainda precisamos enfrentar em meio a esse processo de transformação cultural do ser humano. Confira.

1. Conte um pouco da sua trajetória no mercado da tecnologia e como a Viceri se inclui nessa jornada?

Eu fiquei pouco tempo no mercado corporativo antes da Viceri. Trabalhei na Ericson, Telesp, e algumas outras empresas em um período de basicamente 4 anos. Logo depois fui convidado para ser sócio minoritário de uma empresa de tecnologia, onde comecei a minha carreira de empreendedor. Depois de 3 anos, saí de lá para fundar a Micromídia, em 1990, que veio a se transformar na Viceri.

A Viceri é uma Tech Company, uma empresa de tecnologia que nasceu ofertando serviços de desenvolvimento de software e criação de produtos em uma época que tudo estava começando. Era o início do downsizing, ou seja a utilização de microcomputadores por todas as empresas e não só as instituições grandes. Assim, seguimos disponibilizando tecnologia para essas empresas. A minha história sempre foi muito próxima a da Viceri.

2. Como você vê as transformações que a tecnologia está provocando hoje no mundo?

Esse processo que chamamos hoje de Transformação Digital, na verdade, é muito mais uma transformação cultural do mundo. Em geral, “Transformação Digital” gera uma confusão, pois parece que é a transformação da tecnologia. Mas a tecnologia é apenas um meio em que a população está vivendo essa mudança.

Na verdade, a Transformação Digital é a transformação que nós, seres humanos, estamos passando. Nós somos pessoas digitais. Tudo que fazemos é através de um meio digital. Isso trouxe uma velocidade muito grande para o mundo e mudou consistentemente a nossa relação entre as pessoas e entre as empresas.

O nosso relacionamento hoje é via digital. Como consumidores, buscamos bons preços, qualidade total, excelência, velocidade, tudo tem que ser rápido e cômodo, em alguns casos não queremos nem sair de casa. Somos extremamente críticos. Se não estivermos satisfeitos, vamos para as redes sociais afetar a imagem da empresa.

Nós fomos empoderados. Antigamente, quem mandava eram os grandes conglomerados empresariais, eles ditavam as regras do mercado e como deveríamos consumir através das mídias de massa. Atualmente, esse jogo se inverteu. Nós influenciamos o mercado.

As empresas não estão preparadas para isso. Nós vivemos em uma velocidade exponencial e as empresas mudam em uma velocidade aritmética. As empresas não conseguem acompanhar.

Existe um gap nesse processo, uma distância entre uma coisa e outra. As empresas não conseguem acompanhar a Transformação Digital e todo esse movimento.

3. Como esse processo está afetando o mundo dos negócios?

Essa mudança ocorre com uma velocidade nunca vista antes. Além disso, muitas empresas têm uma cultura ligada a Revolução Industrial. Elas têm processos de controle, hierarquia, governança, burocracia e formas de trabalho não orgânicas. Isso faz com que as decisões sejam lentas e que as instituições se movam lentamente.

Isso não ocorre só nos negócios, vivemos e fomos criados nessa cultura. Tudo tem muito processo, pouca criatividade e muito controle desde a sala de aula. E se isso está enraizado nas pessoas, fica ainda mais evidente nas empresas.

Em decorrência disso, temos um grande crescimento da importância das startups. Elas são empresas menores, com uma velocidade muito mais rápida de adaptação. Por isso, elas estão entrando na cadeia de valor das empresas grandes de uma forma disruptiva e muito mais rápida.

A XP Investimentos por exemplo, mudou totalmente a forma de fazer investimentos no Brasil. E mesmo hoje, mesmo sendo uma empresa grande, mantém uma maneira mais orgânica de trabalho.

Outro exemplo é o próprio Airbnb. Antes, não era tão simples conseguir hospedagem, pois tínhamos que ligar e ficávamos na mão dos hotéis e das agências de viagem para conseguir bons preços e qualidade. O Airbnb entrou nessa cadeia de valor, transformou digitalmente esse processo, colocou a tecnologia para fazer as reservas a nossa disposição e mudou totalmente o mercado de viagem.

A Transformação Digital de cada empresa envolve mudanças fundamentais e abrangentes – a própria reinvenção de como ela opera. As empresas devem alinhar seus investimentos em modelos de tecnologia e negócios para alcançar, de maneira mais eficaz, os consumidores digitais em todos os pontos de contato e em todo o ciclo de vida da experiência do cliente.

4. Na sua visão, qual o papel do mercado de tecnologia nessa Transformação?

Tudo que a gente faz hoje é através de um meio digital. Então, a nossa indústria tem a missão de ajudar as empresas a se transformarem. Porém, em alguns aspectos, até as empresas de tecnologia são empresas do passado.

Naturalmente, nosso mindset proporciona mais preparação, mas muitas pessoas dentro das empresas ainda não estão preparadas para esse movimento. As áreas internas de TI e as empresas como a nossa, as Tech Companies, devem ajudar as empresas a preencher esse gap entre a mudança, a inovação e a velocidade exigida pelo mercado.

Atualizar sistemas, mantê-los operando e cuidar do legado ainda ocupa muito tempo dos profissionais, que não conseguem criar coisas novas.

5. Recentemente, a Viceri abriu o seu primeiro escritório no Vale do Silício. Qual a importância dele para o mundo corporativo hoje e no futuro?

No Vale do Silício, a cultura está totalmente alinhada com a Transformação Digital. Lá, as pessoas estão sempre questionando o status quo. Sempre pensam “Como posso fazer de uma forma diferente?” Eles entendem o consumidor digital e a cultura digital. As startups e os unicórnios estão lá.

Em 2015, cerca de 50% do financiamento total de capital de risco dos Estados Unidos aconteceu na região do Vale do Silício e São Francisco. Cerca de 51 novas empresas de tecnologia são lançadas todos os meses na área da Baía de São Francisco.

Além disso, o Vale do Silício tem uma diversidade muito grande. Aproximadamente 40% das pessoas não são americanas. Essa diversidade cultural faz com que não se pense em inovação focando apenas em um público. Tudo é feito pensando em vários tipos de consumidores, especialmente o consumidor digital.

O Vale entende o que é levar valor para o cliente. Eles prezam pela confiança. Sem confiança você é eliminado logo no primeiro ano. Eles atuam com alto desempenho, simplicidade, agilidade. Novas tendências e novas tecnologias surgem no Vale.

O Vale do Silício reúne cultura, inovação, empreendedorismo, alto desempenho. Todo o mindset que precisamos para fazer a Transformação Digital está lá. Nós da Viceri queremos trazer todo esse know-how para nossos clientes.

6. E o que essa Internacionalização representa para a Viceri?

Em primeiro lugar, não se faz mais nada com olhar local. Os recursos, tecnologias, pessoas e capital estão por toda a parte e precisamos estar inseridos nesse contexto. Temos um mercado gigantesco para explorar. A Viceri, seus produtos e serviços, devem competir em qualquer mercado.

Falando dos nossos produtos e novamente do consumidor digital, temos que ofertar produtos para o mundo, só assim teremos escala e atenderemos os anseios, principalmente de preço e qualidade, do consumidor. Outro ponto importante da nossa era, é que não fazemos mais nada sozinhos, temos que ter parceiros fortes para ampliar nossa rede de negócios. Lançar nossos produtos no Vale do Silício é um teste para saber se estamos preparados para essa globalização.

A outra coisa é abrir o mercado brasileiro para as empresas americanas. Em alguns eventos lá no Vale, eu constatei que o Brasil está fora do radar de expansão de muitas startups e empresas americanas. Elas olham mais para a Europa e a Ásia. Mas o Brasil tem um potencial gigante, está entre as dez maiores economias do mundo e nós podemos ajudar as empresas americanas a expandirem seus negócios aqui no Brasil.

7. Qual a sua visão do futuro para a Viceri?

Temos uma meta ousada de crescimento para os próximos anos e de conquistar um expressivo market share no mercado de TI. Neste ano, estamos preparando a empresa para expansão e possível captação de recursos através de investidores. Temos todo potencial para isso e a nossa área nunca esteve em um momento tão bom. As empresas precisam de uma Tech Company que as ajudem a se transformarem.

Também estamos prevendo um crescimento forte no nosso portfólio de produtos, incluindo alguns vindos do mercado americano para o Brasil. Além disso, temos investimentos em produtos próprios, feitos através de parcerias com startups, com foco em levar produtos inovadores para o mercado. Estamos abrindo, agora em 2020, a Viceri Capital, em que teremos investimentos nessas startups.

8. Como você vê o futuro da nossa sociedade a partir da Transformação Digital?

O mundo está mudando para caramba e isso traz muitos desafios. Tem um livro que explica bem essa mentalidade: Modernidade Líquida de Zygmunt Bauman. Hoje tudo é feito de fluidez. Antigamente tudo era sólido, era mais palpável. Hoje as coisas mudam muito mais rapidamente.

No mundo profissional, por exemplo, você não tem segurança para saber se sua profissão vai existir em quatro ou cinco anos, ela pode ser substituída pela tecnologia. A própria formação de novos profissionais tem muitas perguntas a serem respondidas.

Um advogado, por exemplo. Em um futuro próximo, todas as análises de contrato simples vão ser feita por Inteligência Artificial. Como vamos formar novos profissionais se o advogado júnior e o pleno adquirem experiência fazendo essas análises, que logo serão automatizadas? Teremos um desafio na formação de profissionais para o futuro, haverá uma transformação das profissões. Provavelmente, esses profissionais se especializarão em IA ou ciência de dados.

Esse é apenas um dos grandes desafios que temos pela frente. Com a Transformação Digital, cada vez mais vamos precisar de líderes que tenham autonomia e responsabilidade para fazer essa transformação seguir. Afinal, todo o processo é baseado em gente. Tudo é baseado em mudança de mindset e mudança comportamental.