ITO: mais do que uma sigla, uma estratégia organizacional

Você já ouviu falar sobre a ITO? Apesar de soar como uma abordagem nova, este é um tema muito presente no universo corporativo. A Information Technology Outsourcing ou, em português, terceirização de tecnologia da informação, como o próprio nome já remete, nada mais é que o processo de terceirização de serviços relacionados à área de TI. No entanto, quando tratamos desse assunto, é necessário considerar que ele abrange todo o vasto universo que permeia a tecnologia da informação

O setor de TI contempla diversas abordagens que vão desde o suporte/help desk, segurança da informação, cloud computing, gestão da infraestrutura, business analytics, desenvolvimento e evolução de softwares, até serviços ainda mais especializados, a exemplo da IA e IoT. Sendo assim, em uma ou mais frentes desse universo, é natural a ocorrência de terceirizações pelo simples fato de que não é viável e nem possível para a empresa, absorver todos os desafios relacionados a esses trabalhos.

Além disso, área de tecnologia da informação vem se tornando cada vez mais especializada e suas carreiras estão se desdobrando em caminhos específicos, os quais exigem muitos anos de preparação para formar profissionais capacitados. Isso é, já se foi o tempo em que o profissional de TI cuidava da rede e dos servidores, alterava dados no banco, formatava computadores e, não raro, até desenvolvia pequenos softwares.

Hoje, seja pelo aumento crescente de serviços de TI dentro do ecossistema empresarial, como também pela sua gradativa especialização, se torna essencial ter profissionais capacitados em cada frente necessária, à disposição para a sustentação do negócio. Nesse sentido, algumas empresas – seja por cultura ou contexto – optam por formar times internos para compor a frente responsável por tais demandas, enquanto outras preferem o outsourcing, em busca de custos menores e/ou, justamente, da diversidade de especializações.

No entanto, encontrar e custear todos os diferentes tipos de especialistas é geralmente um grande esforço para as empresas, e quando isso se distancia do core do negócio, manter times internos pode até deixar de ser sustentável e estratégico. Segundo o estudo “IT Trends Snapshot” de 2023 da Logicallis, 94% dos gestores que responderam à pesquisa, afirmaram já terem sofrido com a falta de recursos humanos na área de TI, o que evidencia que suprir as demandas de especialistas na área, de fato é uma rotina desafiadora.

Quando olhamos com a ótica de desenvolvimento de softwares, é inegável o avanço tecnológico das linguagens de programação e boas práticas de desenvolvimento. Elas não somente evoluíram as exigências quanto a usabilidade, interface, inteligência e automação, como também, foi natural o acoplamento de exigências relacionadas a camadas de segurança, clean code, controle de versionamento, preocupações com escalabilidade, evolução da aplicação, arquitetura, integrações, entre outras.  

Dessa forma, atualmente, bons times de desenvolvimento de software são multidisciplinares e possuem diferentes tipos de especialistas, com expertises diferentes que se complementam em cada atividade de desenvolvimento. A ITO aqui se torna um fator preponderante, já que empresas especializadas no desenvolvimento de soluções, tendem a estar mais capacitadas e mais bem estruturadas para lhe dar com essa dinâmica complexa e exigente.

Ademais, o entendimento de que manter especialistas dentro de casa, custa menos e traz resultados mais rápidos, pode se mostrar equivocado em alguns contextos. Por isso, quando as exigências para uma entrega extrapolam as limitações tecnológicas, de recursos, gestão e soluções do time, a terceirização deixa de ser uma mera opção para o negócio e passa a ser uma decisão estratégica.

Obviamente, para que a ITO otimize o negócio, é indispensável que ela ocorra por meio de bons parceiros. Na mesma medida que encontrar profissionais capacitados para as realidades de seu negócio possa ser uma tarefa complexa, encontrar empresas capacitadas em recursos, know-how e experientes, pode não ser fácil.

De acordo com a pesquisa “Uso da TI nas Empresas” da FGV EAESP de 2023, foi apontado que em 2022, as empresas brasileiras investiram em média 9% de suas receitas em TI e, embora esse percentual seja menor que o do EUA (14%) e da Europa (10%), ele demonstra o peso e importância da tecnologia da informação em um contexto geral. Entretanto, para que esses investimentos possam se traduzir em valor real para o negócio, eles precisam ser analisados adequadamente e, em caso da ITO, com parceiros estratégicos e comprometidos.

No universo de TI não há um só caminho, não há uma só solução. O melhor resultado para sua empresa é aquele proporcionado dentro de seu contexto, extraindo a parte mais coerente das muitas possibilidades e abordagens, observando cada desafio em si. Não existe um mapa para o sucesso quando falamos em TI, mas poder contar com bons guias como a ITO, torna a viagem menos arriscada e sempre mais eficaz.

José Augusto Lunardelli é Product Owner da Viceri-SEIDOR.

Sobre a Viceri-SEIDOR:

A Viceri-SEIDOR é uma empresa de Tecnologia da Informação que, há mais de 31 anos, apoia a transformação digital das organizações por meio da entrega do ciclo completo de desenvolvimento de produtos digitais. Com 83 escritórios divididos em 40 países, a empresa já soma mais de 8 mil clientes. Saiba mais em: www.viceri.com.br

Tecnologia é lugar de mulher?

Há quem diga que as mulheres irão dominar o mundo. Mas, será que elas ainda podem dominar a área de TI? Historicamente, as mulheres sempre foram sub-representadas no setor de tecnologia. No entanto, podemos observar uma mudança positiva, com empresas reconhecendo a importância da diversidade e implementando iniciativas para promover oportunidades justas, aplicando o princípio da imparcialidade. Este, sem dúvidas, é um sinal promissor para o futuro, onde a inclusão e a igualdade continuarão a ser prioridades na construção de equipes de TI eficazes e inovadoras. 

A mudança foi significativa, mas ainda temos muito para desbravar e conquistar. Até porque, nesse mesmo contexto, de acordo com o relatório Mulheres na Tecnologia, feito pelo portal TrustRadius em março de 2021, 72% das equipes que trabalham na área contam com uma mulher para cada dois homens. Além disso, no que diz respeito à liderança, uma pesquisa realizada pelo Boston Consulting Group mostrou que apenas 9% dos cargos de CEO de empresas de tecnologia são ocupados por profissionais do gênero feminino. 

Em contrapartida, ao olharmos para nossa realidade, o dado chama atenção tendo em vista que, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), entre os anos de 2015 e 2022, o aumento da participação feminina foi de 60% no setor de tecnologia. O dado evidencia que, embora as mulheres tenham conseguido um espaço significativo na área de TI, ainda não possuem a mesma credibilidade para ocupar cargos de liderança. 

Lidar com constantes desafios já faz parte da realidade de toda mulher. E, para aquelas que almejam ingressar no setor de tecnologia, eles começam desde a formação. Muitas são desacreditadas e incentivadas a buscarem outra profissão, o que faz com que, de acordo com o Mapa do Ensino Superior 2023, elaborado pela SEMESP, no Brasil, somente 16,5% das vagas dos cursos de TI sejam ocupadas por mulheres – criando um contraste com as demais áreas em que a média da participação feminina é de 60,7%. 

Além disso, quando começam a buscar oportunidades no mercado de trabalho, encontram obstáculos ainda maiores, que vão desde diferenças salariais até a exposição à episódios de desconfianças em relação ao nível de comprometimento, obrigatoriedade de apresentar resultados diários, eficiência e disponibilidade para o trabalho, principalmente, se tiverem filhos – algo que é considerado, por algumas empresas, fator de eliminação para efetivar uma contratação ou promoção.  

E, para mudar essa realidade que, continuamente, ainda as aflige, trabalhar o aspecto cultural e de governança nas companhias é algo essencial.  Criar oportunidades que visem potencializar o crescimento dos colaboradores sem usar o gênero como fator de avaliação, mas sim as habilidades técnicas de cada um, é um aspecto fundamental para capacitar e estabelecer critérios justos de avaliações acerca do rendimento e competência para assumir um cargo de liderança. 

Por sua vez, precisamos também chamar atenção que este é um trabalho de via dupla. Ou seja, para conquistar sucesso na área de TI, é essencial estar alinhado com as melhores práticas e tendências do mercado para garantir entregas de qualidade e produtividade. Até porque, há muito tempo, o segmento deixou de ser algo voltado apenas para uma função técnica e operacional, o que eleva ainda mais o engajamento para a criação de oportunidades para atração de novos talentos, inclusive, as mulheres.  

Certamente, o setor de TI ainda tem um longo caminho para desmistificar o conceito de que é um segmento criado para os homens. Afinal, considerando que, de acordo com o IBGE, 51,5% da população brasileira são mulheres, cada vez mais a presença feminina nas organizações será uma realidade, o que reforça a necessidade de gerar oportunidades aplicando o ideal da igualdade e imparcialidade no ato de contratação e promoção de cargos mais altos. 

Para isso, conscientizar e estabelecer a mudança de posicionamento e aculturamento empresarial são elementos-chave para transformar o cenário que temos atualmente na área de TI, fazendo com que o setor também integre o leque de opções de profissões a serem seguidas e contribua para que seja ampliado o slogan de que não só o lugar de mulher é onde ela quiser, mas o de todos que almejarem independente do gênero. 

Romênia Cavalcanti, gerente de desenvolvimento e operação da Viceri-SEIDOR. 

Sobre a Viceri-SEIDOR:

A Viceri-SEIDOR é uma empresa de Tecnologia da Informação que, há mais de 31 anos, apoia a transformação digital das organizações por meio da entrega do ciclo completo de desenvolvimento de produtos digitais. Com 83 escritórios divididos em 40 países, a empresa já soma mais de 8 mil clientes. Saiba mais em: www.viceri.com.br