IA: mais do que o futuro, uma realidade 

Ao longo deste ano, certamente, você ouviu falar sobre a Inteligência Artificial (IA) e da categoria de IA Generativa, que trará com certeza, uma forte disrupção ao mercado. Não há como negar que essa tecnologia deu o que falar nos últimos meses. À medida que 2023 avançava, indivíduos e organizações ao redor do mundo começaram a sentir o impacto transformador, principalmente, via ChatGPT, percebendo uma nova era de interação digital e possibilidades ilimitadas. 

No entanto, começamos a pensar nas consequências da utilização da ferramenta, desde a perda de postos de trabalho, a necessidade de regulação e ética, até a grande eficiência que podemos conquistar nas empresas e nas nossas vidas pessoais. Isso é, os jovens começaram a utilizar como ferramenta de estudo, muitos advogados prepararam suas defesas através do ChatGPT, as equipes de marketing produziram peças interessantíssimas e, profissionais de todas as áreas, realizaram inúmeras pesquisas que levariam muito tempo utilizando as tradicionais ferramentas de busca.  

Embora a Inteligência Artificial seja uma novidade para muitos, essa não é, de longe uma tecnologia nova, uma vez que o conceito foi criado na década de 1950.  A democratização do acesso que temos hoje, deve-se principalmente aos preços de utilização que se tornaram acessíveis ao público, seguindo a trajetória comum de inovações tecnológicas, onde os custos inicialmente elevados decaem à medida que a infraestrutura necessária para suportar tais ferramentas se torna mais barata e robusta. 

Por sua vez, considerando que um novo ano se aproxima, já vemos movimentações no mercado indicando que este tema continuará em evidência em 2024 e no futuro, o que leva o questionamento: será que as organizações estão preparadas para essa tecnologia? 

Infelizmente, a resposta é não. Isso é, ao mesmo tempo em que muitas empresas estão se movimentando a fim de acompanhar os avanços da IA, outras ainda não têm nenhum plano ou visão em como utilizá-la em seus negócios. Contudo, o mercado está se movimentando. Não à toa, segundo dados da “Pesquisa Indústria 2027”, realizada pela CNI, o mercado mundial de inovações para Inteligência Artificial irá movimentar, até 2025, US$ 60 bilhões ao ano. 

É importante chamar atenção que, mais do que aproveitar o hype do momento com a popularidade dessa ferramenta, é essencial para as empresas realizarem uma análise detalhada e implementar a inteligência artificial onde ela possa trazer significativo valor agregado ao negócio. Do contrário, a ausência de uma estratégia bem definida para a adoção de IA pode levar a investimentos substanciais sem alcançar os resultados desejados, o que possivelmente trará frustração e impactará na sua adoção a longo prazo. 

Além disso, para garantir o sucesso na implantação da IA, é imprescindível não apenas definir claramente os objetivos, impactos, resultados esperados e o retorno sobre o investimento (ROI), mas também assegurar a disponibilidade de dados de alta qualidade e em volume adequado. A eficácia da IA depende intrinsecamente da riqueza e precisão dos dados fornecidos, sejam eles estruturados ou não.  

Não podemos deixar de lado o papel crucial das equipes humanas na curadoria e gestão desses dados, reforçando a ideia de que a tecnologia não busca substituir a mão de obra humana, mas sim complementá-la, elevando os níveis de eficiência e eficácia nos processos empresariais. Ao considerar a vasta gama de oportunidades que a tecnologia apresenta, torna-se igualmente imperativo exercer um cuidado e atenção rigorosos em sua utilização, com um enfoque especial na segurança da informação e na proteção contra a exposição indevida de dados e informações sensíveis.  

Neste contexto, o investimento em uma governança robusta e em práticas de compliance rigorosas é essencial. Tal investimento não apenas assegura a máxima proteção dos dados, mas também garante sua utilização ética e responsável. Até porque, a implementação de estratégias eficazes de segurança da informação e governança de dados é, portanto, um pilar crítico na era digital, crucial para manter a integridade e a confiabilidade das operações empresariais e para fomentar a confiança dos usuários e partes interessadas. 

Em última análise, para colher plenamente os frutos da revolução digital, as empresas devem abraçar não só as ferramentas de IA, mas também promover uma cultura que apoie, integre e evolua com estas inovações transformadoras. 

A Inteligência Artificial é um campo que ainda tem muito potencial a ser explorado, mas o retorno de seu investimento dependerá do quanto as organizações buscarão se preparar para usufruir com eficiência este recurso. Tudo indica que, em 2024, continuaremos a ver a expansão da IA nas empresas, bem como a abertura de uma gama de possibilidades a serem conquistadas, o que irá mostrar as razões pelas quais, mesmo as empresas que ainda não amam a IA, não devem deixá-la.   

Marcel Pratte é CEO da Viceri-Seidor. 

Sobre a Viceri-Seidor: 

A Viceri-Seidor é uma empresa de Tecnologia da Informação que, há mais de 40 anos, apoia a transformação digital das organizações por meio da entrega do ciclo completo de desenvolvimento de produtos digitais. Com 83 escritórios divididos em 40 países, a empresa já soma mais de 8 mil clientes. Saiba mais em: www.viceri.com.br 

Value Stream Mapping: como identificar problemas para criar soluções?

Ter uma gestão embasada na entrega e geração de valor, com certeza, é o objetivo de toda organização. No entanto, para que essa meta seja atingida, é necessário traçar um fluxo corretamente, a fim de identificar quais as dores e problemas que precisam ser sanados, para que sejam conquistados resultados eficientes – algo que pode ser obtido através do Value Stream Mapping (VSM), ou mapeamento do fluxo de valor, em português.

Para entender a fundo o VSM, é importante destacar que o conceito se deriva da técnica Lean – um método enxuto que utiliza somente recursos necessários para a realização de um trabalho, evitando desperdícios que garantem melhorias contínuas. Sendo assim, o Value Stream Mapping trata-se do mapeamento do fluxo de valor, o qual, por meio do Lean, analisa os desenhos detalhados dos processos, capturando as atividades-chave de processos e eliminando aquilo que não adiciona valor ao produto ou serviço.

É importante enfatizar que o VSM pode e deve ser utilizado independente do porte e segmento de determinada empresa, uma vez que toda organização precisa de uma padronização dos processos. Um exemplo disso é o caso da Providence St. Joseph Health, uma das maiores organizações de saúde sem fins lucrativos nos Estados Unidos, que estava buscando maneiras de melhorar a eficiência e qualidade nos atendimentos. Diante disso, ela aplicou o VSM para mapear o processo de atendimento ao paciente desde a chegada até a alta, até a administração de medicamentos, exames e procedimentos. Como resultados, foram obtidos redução no tempo de espera e custos adicionais, até o aumento da satisfação dos pacientes.

No entanto, mesmo destacando essa importância, diversas empresas ainda acabam inibindo o seu potencial de desempenho pela ausência desta metodologia. Isso é, temos um cenário no mercado em que as empresas tentam localizar os problemas de gestão, mas esse apontamento acaba sendo feito de forma superficial, sendo deixadas de lado questões mais profundas que precisam ser sanadas. E a razão disso? A metodologia foi aplicada de forma incorreta. Afinal, para que o Value Stream Mapping tenha o efeito almejado, é necessário que alguns passos sejam seguidos.

Uma maneira efetiva de direcionar tais etapas é por meio do Gemba, um conceito de origem japonesa que tem o intuito de levar os gestores a estarem presentes onde acontece as atividades que geram valor. Sendo assim, para que o mapa de fluxo de valor opere de forma coerente, é necessário que, antes de tudo, sejam selecionados quais ambientes da organização precisam dessa avaliação e, com isso, traçar quais são os objetivos a serem conquistados.

Posteriormente, para deixar o processo mais produtivo, é fundamental preparar a equipe para que se sintam à vontade para participarem de todas as etapas. Assim, será aplicado o próximo passo, em que são avaliados os processos para que seja compreendido como estão sendo executados e localizar pontos de falhas. Todo esse caminho deve ser anotado e os resultados devem ser compartilhados com o time, a fim de levar para todos ampla compreensão daquilo que está sendo feito e como pode ser aprimorado.

Certamente, direcionar todo o processo do VSM não é um caminho simples, uma vez que envolve toda a equipe e diversas áreas da empresa, o que pode gerar dúvidas e incertezas. Neste aspecto, contar com o apoio de uma consultoria especializada nesse tipo de abordagem dará toda diferença no processo. Até porque, ter a presença de um time de profissionais neste conceito irá ajudar a localizar quais as dores reais enfrentadas pela empresa, analisar a fundo toda a cadeia de valor, entrevistar toda a equipe e, por fim, chegar na solução final.

O VSM traz uma gama de benefícios para a organização, pois trata-se de uma metodologia que une os times e os integra como uma parte fundamental para o funcionamento do negócio. Além disso, os ganhos do mapa de fluxo de valor também podem ser vistos na ponta final da empresa, uma vez que, ao ter os processos bem alinhados, reduz desde o tempo de entrega, até esforço operacional e desperdícios.

Levando em conta as atuais configurações de mercado, as organizações que ainda não têm implementado um mapa de fluxo de valor estão sujeitas a perderem espaço frente à concorrência, a entregarem serviços com baixo valor atribuído, a cometerem falhas e eventuais prejuízos.

Por isso, para aquelas que almejam potencializar o seu desempenho, investir no Value Stream Mapping é a melhor opção, afinal, para se saber aonde quer chegar, é necessário ter bem construído o mapa que irá guiá-las.

Kleber Munhoz é Squad Leader da Viceri-SEIDOR.

Sobre a Viceri-Seidor:

A Viceri-SEIDOR é uma empresa de Tecnologia da Informação que, há mais de 31 anos, apoia a transformação digital das organizações por meio da entrega do ciclo completo de desenvolvimento de produtos digitais. Com 83 escritórios divididos em 40 países, a empresa já soma mais de 8 mil clientes. Saiba mais em: www.viceri.com.br