Appless: O Futuro das Interações Digitais na Era da Inteligência Artificial 

A evolução das tecnologias digitais, impulsionada pela Inteligência Artificial (IA), está redesenhando a maneira como as pessoas buscam informações, interagem com serviços e consomem produtos. Até recentemente, as estratégias digitais giravam em torno de sites otimizados para SEO (Search Engine Optimization) ou do investimento em aplicativos móveis, considerados essenciais para criar experiências personalizadas e fidelizar usuários. 

Porém, estamos entrando em uma nova era: a era appless, na qual a instalação de apps deixa de ser o centro da estratégia digital. Isso ocorre porque a IA, especialmente por meio de modelos generativos, cria formas de interação mais fluidas, conversacionais e integradas, reduzindo drasticamente a fricção entre a necessidade do usuário e a solução oferecida. 

A busca tradicional — baseada em links e páginas — está cedendo espaço a interações mais contextuais, conversacionais e instantâneas. Segundo relatório da Gartner (2024), até 2026, cerca de 30% das buscas online não ocorrerão mais via mecanismos tradicionais de pesquisa, mas sim por meio de assistentes conversacionais e plataformas generativas. 

Nesse novo cenário, surge o conceito de GPO (Generative Product Optimization). Diferentemente do SEO, que otimiza páginas para serem encontradas, o GPO busca estruturar dados de produtos, serviços ou marcas para que sejam compreendidos e recomendados por sistemas de IA generativa, como assistentes virtuais, chatbots avançados ou plataformas multimodais (texto, voz, vídeo). 

Além das buscas, o comportamento do consumidor está se transformando: 

    • Fadiga de apps: mercados maduros têm registrado sinais crescentes de fadiga em relação a aplicativos. Relatórios da Data.ai e de outras consultorias apontam estabilidade ou discreta queda no número médio de apps instalados ou usados ativamente por usuário, enquanto cresce o uso de apps pré-instalados ou experiências via navegador. 
    • Interações rápidas e contextuais: cada vez mais, usuários preferem resolver necessidades simples — como consultar um produto, realizar uma compra ou agendar um serviço — sem precisar baixar apps pesados ou criar contas adicionais. 
    • IA como camada de interface: a IA passa a intermediar o relacionamento entre usuários e empresas, criando experiências “zero UI”, nas quais comandos de voz ou texto substituem interfaces tradicionais. 

Como se preparar? 

    • Estruture dados de forma semântica: seus dados precisam ser legíveis e compreensíveis para a IA. Utilize schemas, taxonomias bem definidas e mantenha as informações sempre atualizadas. 
    • Invista em GPO: otimize seus produtos e serviços não apenas para a busca tradicional, mas também para que possam ser facilmente recomendados por modelos generativos. 
    • Avalie alternativas appless: explore Progressive Web Apps (PWAs), integrações com plataformas conversacionais e APIs públicas. 
    • Reveja seus KPIs: ajuste as métricas para acompanhar não apenas tráfego ou installs, mas também a presença e relevância da marca no novo ecossistema impulsionado pela IA. 

O movimento appless não significa o fim dos aplicativos, mas representa uma importante virada estratégica. Estamos migrando para experiências digitais cada vez mais fluidas, nas quais o usuário interage com a IA para resolver necessidades sem barreiras físicas ou digitais. Empresas que compreenderem rapidamente essa mudança estarão à frente na disputa por relevância e proximidade com seus consumidores. 

Como destaca o relatório McKinsey Technology Trends Outlook 2024: 

“As plataformas de IA generativa serão a nova porta de entrada digital para consumidores, exigindo que marcas estejam preparadas para aparecer onde as perguntas são feitas — não apenas onde as buscas começam.” 

Felipe Barbi
Diretor de Tecnologia e Operações – Viceri SEIDOR 

Sobre a Viceri SEIDOR: A Viceri SEIDOR é uma empresa de Tecnologia da Informação que, há mais de 34 anos, apoia a transformação digital das organizações por meio da entrega do ciclo completo de desenvolvimento de produtos digitais. Com 83 escritórios divididos em 40 países, a empresa já soma mais de 8 mil clientes. Saiba mais em: viceri.com.br