Tempos de crise são momentos em que aparecem soluções disruptivas e inovadoras, afinal, a necessidade é a mãe da criatividade e da adaptação. Falar de Covid-19 é chover no molhado, mas este momento é mais do que oportuno para refletir sobre as formas de trabalho que utilizamos até então.
Falando especificamente da área de TI, de uma hora para outra, ela foi obrigada a rever toda sua infraestrutura e os recursos disponíveis para deslocar a força de trabalho do escritória para a casa, executando as atividades em home office. Muitas empresas não estavam preparadas para o trabalho remoto, não tinham aprendido como fazer isso, nem estabelecido políticas corporativas para esse caso, tampouco processos e procedimentos adequados para essa prática.
Nesse cenário, alguns questionamentos são inevitáveis para os CIOs: “E se talvez eu tivesse terceirizado meu setor de desenvolvimento? Hoje teria apenas que administrar contratos com meus provedores, sem a preocupação com uma equipe própria tão grande, trabalhando remotamente, fornecendo infraestrutura para tal e pensando em ações para manter a saúde física e emocional de cada um deles. Tudo isso seria um problema do meu provedor, e assim estaria focado em resolver problemas do negócio, em como superar a crise e o que fazer quando ela passar.”
Neste sentido, fazemos aqui uma provocação quanto a pensar na possibilidade de outsourcing de TI em algumas das atividades de tecnologia da sua empresa. Antes tarde do que nunca.
Para tal, CIOs precisam refletir sobre o seu relacionamento com seus atuais fornecedores de TI. Nessa linha de raciocínio, questões importantes estão surgindo sobre o papel dos provedores de TI, que têm sido um dos pilares do cenário tecnológico nas últimas duas décadas. Eles estão mesmo colaborando com a inovação da sua organização? Eles oferecem as economias de custo prometidas? Eles estão gerando resultados estratégicos ou estão apenas cumprindo metas? Essas questões são cruciais para garantir que a sua corporação acompanhe a inovação e, ainda, mantenham seus sistemas legados.
No mundo digital, a tecnologia não é mais um facilitador, mas um ativo estratégico e uma vantagem competitiva. Empresas que não a priorizarem não sobreviverão. Os CIOs estão no comando dessa jornada de transformação digital e estão sob crescente pressão para fornecer os recursos de tecnologia que permitam às empresas gerar valor.
Esse desafio está levando os CIOs a redefinirem como se envolvem, e o que esperam de seus fornecedores de TI. Em um estudo recente realizado pela McKinsey com 250 CIOs globais e tomadores de decisão em tecnologia, chama a atenção uma definição trazida por um dos entrevistados: “Dada a escassez de talentos capazes internamente, nossos recursos estão focados em trabalhar com os provedores de TI para definir o problema e, em seguida, fazer parceria com eles para executar”, comenta.
Esse relacionamento em evolução com os provedores de TI aparece em outros pontos da pesquisa. Mais da metade dos líderes de TI acredita que “não há outra maneira” de atingir suas metas de transformação digital sem uma estreita relação com seus provedores de TI. A pesquisa e as entrevistas apontam para um papel ativo dos fornecedores de tecnologia ao longo da jornada de transformação digital de muitas empresas. No entanto, o foco, expectativas, e os atores que moldam esse papel, diferem significativamente daqueles que foram considerados o padrão no passado.
Conforme o estudo, o gráfico abaixo demonstra os principais motivos que levam os líderes de tecnologia a pensar num outsourcing de TI para as atividades de suas empres. Confira:
(Fonte: McKinsey)
Embora o custo seja uma das principais razões pelas quais a maioria das empresas está ou irá trabalhar com fornecedores de TI, outros fatores estão ganhando importância agora. Acesso ao talento e inovação são fatores cruciais para influenciar nessa decisão. Além disso, a capacidade de se engajar com a empresa contratante é citado com um fator-chave para a escolha do provedor de TI por 60% dos CIOs entrevistados.
Em resumo, você precisa de provedores que tragam valor ao negócio, ou seja:
- Apoiem e executem a transformação digital;
Permitam redução de custos globais da sua empresa (talentos, infraestrutura, espaço físico, etc);
Impulsionem a inovação para o negócio de sua empresa como um todo;
Proporcionem essa inovação para a própria área de TI;
Entreguem resultados para o seu negócio;
- Tragam talentos e know-how uptodate para a sua organização.
Frente ao aumento do escopo e das responsabilidades envolvidas, cada vez mais os CIOs estão compartilhando a decisão e a escolha de provedores de TI com seus líderes das áreas de negócios. Pesquisas mostram que, atualmente, mais da metade das decisões em relação ao tema são tomadas conjuntamente ou diretamente pelo líder da área de negócios.
Conforme outro estudo da McKinsey, as lideranças de TI precisam estabelecer uma relação de parceria com as áreas de negócios, compartilhando metas, responsabilidades e prestação de contas. De acordo com a pesquisa, empresas que estabelecem esse tipo de alinhamento estratégico têm mais chances de sucesso na Transformação Digital e mais capacidade de gerar impacto no mundo dos negócios.
Assim, cabe às áreas de negócios incluir a tecnologia e a escolha de seus fornecedores como um dos pilares estratégicos da organização, bem como cabe ao CIO se posicionar como líder estratégico para se relacionar com um provedor de TI que realmente criará impacto na sua corporação.
E quem escolher? Atualmente, fornecedores de “nicho” vem conseguindo mais espaço nas grandes empresas, se comparado aos grandes integradores de TI do passado. Embora trabalhar com esse tipo de serviço talvez seja mais complexo, tanto na escolha quanto no gerenciamento, os resultados geralmente justificam.
Então, se você ainda não pensou em ter um parceiro de Outsourcing de TI na sua área de tecnologia, aproveite o momento para planejar como faria isso após a retomada normal das atividades.
**Washington Fray é Diretor de Vendas e Marketing da Viceri, empresa de tecnologia com mais de 29 anos de mercado que atua para estabelecer alianças duradouras e provocar grandes transformações através da inovação e da tecnologia. Em seu portfólio, a instituição tem como clientes algumas das maiores empresas do Brasil como a Mapfre Seguros, Brinks, Brasilprev e Instituto Unibanco.