LGPD: Impactos e Desafios no Tratamento de Dados Sensíveis

Em meio a uma pandemia de coronavírus, outro assunto tem nos demandado uma grande atenção: muito se fala sobre a LGPD, a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, e o tratamento de dados sensíveis. A preocupação vai além do prazo de adequação das empresas, mas também sobre quais as medidas os governos e instituições de saúde têm tomado para tratar dados com segurança.  

Se voltarmos um pouco no cenário, é sabido que a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais foi criada por conta de interesses comerciais. Quando se começou a falar sobre a implementação da GDPR na União Europeia, já estava muito claro que os países europeus só fariam negócios e firmariam parcerias com países que também tivessem leis equivalentes e adequadas às normas de tratamentos de dados. A partir daí, os governos de fora da União Europeia começaram a tomar medidas para uma implementação mais eficiente da lei. 

No Brasil, desde 2010 já se falava sobre uma regulamentação que visasse a proteção os dados dos cidadãos. No entanto, naquela época, a preocupação era apenas com os dados que circulavam digitalmente. Vendo agora a atuação de outros países, percebemos que o Brasil já anda um tanto quanto atrasado na implementação do novo projeto. 

Se olharmos ao nosso redor, vários países da América Latina que possuem relações comerciais com a União Europeia já têm leis vigentes para a proteção de dados pessoais. O fato é que a LGPD é uma legislação essencial para a manutenção das relações internacionais, mesmo que de certa forma os titulares dos dados estejam protegidos por outras leis que já estão em vigor, como por exemplo o Código de Defesa do Consumidor

No entanto, temos que considerar que a possibilidade de abusos no uso destes dados ainda é muito grande. As instituições pecam pois não apresentam clareza e propósito para a captação e utilização dos dados dos titulares. A circulação de dados sem controle ainda é muito grande e as notícias de vazamentos de dados são cada vez mais constantes. E em um panorama como o atual, em um momento de crise na saúde mundial, a segurança de dados sensíveis é de máxima importância.  

Quer saber mais sobre a nova Lei Geral de Proteção de Dados? Acesse o nosso whitepaper especial “Tudo sobre a LGPD” e confira vários conceitos e dicas para adequar o seu negócio à nova legislação!

Dados sensíveis e o tratamento  em tempos de coronavírus 

A Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais entende como dado sensível as informações relacionadas a uma pessoa física, seja ela já identificada ou identificável. Pode ser considerado dado sensível: informações sobre origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organizações religiosas, filosóficas ou políticas. Também incluem dados genéticos, dados biométricos tratados para identificar um ser humano e dados relacionados à saúde, vida sexual e orientação sexual. 

No contexto atual, em meio a uma pandemia, vários estados estão usando a geolocalização de celulares para ajudar no enfrentamento do coronavírus, fazendo um monitoramento do distanciamento social. Diante disso, muitas dúvidas começaram a surgir sobre privacidade, acesso a informações sensíveis e quais dados estão sendo coletados: por quanto tempo as informações coletadas serão retidas? Por quanto tempo esses dados coletados farão sentido? Os estabelecimentos podem exigir a coleta de dados de saúde de colaboradores e visitantes durante esse período de pandemia? 

O panorama ainda é incerto, mas vale lembrar que o cidadão é responsável por informar as autoridades sobre seu estado de saúde quando estiver sob suspeita de qualquer doença que exija quarentena. No entanto, é preciso que o estado tome os devidos cuidados na forma da abordagem e tratamento destas informações. Estes dados não devem ficar expostos e devem estar em poder das autoridades apenas de forma temporária. 

Para fazer o tratamento correto dos dados, é necessário que governo e empresas sigam os princípios da LGPD, de acordo com o artigo 6º da lei, que são, de forma resumida: finalidade, adequação, necessidade, livre acesso, segurança, qualidade, transparência, prevenção, não discriminação e responsabilização. 

◼️ Leia também: Resiliência e capacidade de reimaginar os negócios: as chaves para sobreviver à crise e ao pós-crise do Coronavírus

E como fica a aplicação da LGPD? 

Em 14 de abril deste ano, o Ministério Público Federal enviou ao Congresso Nacional uma nota técnica contra o adiamento da vigência da LGPD, que foi aprovado no Senado pelo projeto de lei 1179/20. Contrário a isso, em 29 de abril o Governo Federal publicou no Diário Oficial da União uma Medida Provisória que adia a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) para 3 de maio de 2021.

Alguns especialistas defendem este adiamento, pois levam em consideração as dificuldades técnicas e econômicas que as empresas estão enfrentando neste período e no longo caminho que ainda temos pela frente. Eles declaram que as empresas estão totalmente despreparadas para o começo da vigência desta lei. E, além disso, declaram que o fato da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) ainda não estar em funcionamento, provoca uma certa insegurança jurídica a os todos envolvidos no processo de adequação. 

Diante de toda essa situação, vemos que a aplicação da lei também se faz necessária, visto que o home office é uma realidade por conta da pandemia e a quantidade de dados em trânsito é muito maior do que em um período normal. Além disso, a incidência de coleta de dados sensíveis está muito maior do que em outros períodos. 

No entanto, mesmo com o adiamento da lei, é importante que o trabalho para as adequações não pare, pois as ações para o cumprimento da legislação precisam do engajamento e do comprometimento das empresas e dos órgãos responsáveis. 

De qualquer forma, precisamos concordar que quanto mais tempo protelamos a aplicação da lei, mais estamos sujeitos a vazamentos de informações. E para que a transformação digital realmente aconteça no país, é necessário que a lei de segurança de dados esteja em vigor, para que o avanço seja assertivo. 

A Viceri tem um time de especialistas pronto para ajudar a sua empresa a entrar em conformidade com a nova lei de proteção de dados. Fale com a gente! 

Acompanhe todas as nossas publicações

Mais Insights.

Fale com a Viceri-Seidor.

Leve a revolução digital para a sua empresa hoje mesmo.

Onde estamos.

São Paulo
Belo Horizonte
Rio de Janeiro
Porto Alegre
Vila Velha
Goiânia
Jundiaí
Recife
Ribeirão Preto
Florianópolis
Curitiba

Tem alguma dúvida?

Entregamos muito mais que soluções tecnológicas, nós entregamos o valor real que o seu negócio precisa em toda nossa relação.

Faça parte.

Nós movemos o mundo junto com nossos talentos. Venha ser parte dessa transformação.